sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Esperança, Receita De Ano Novo

Gente 2009 foi um ano difícil
na minha vida.
Havia momentos que eu achava que não ia aguentar.
Mas passou. . .
Para comemorar a passagem do ano fiz um
Bolo com Creme de nozes e Ganache.
Que 2010 seja muito melhor.
Bjs Nice.
* * *
E estava uma gostosura.
* * *
--

* * *
Receita de Ano Novo

Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido

(mal vivido ou talvez sem sentido)

para você ganhar um anonão apenas pintado de novo,

remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,

novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior)

novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,mas com ele se come,

se passeia,se ama, se compreende, se trabalha,você não precisa

beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens? passa telegramas?).

Não precisa fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.Não precisa chorar de arrependido

pelas besteiras consumadas

nem parvamente acreditar que por decreto da esperança

a partir de janeiro as coisas mude me seja tudo claridade,

recompensa, justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,direitos respeitados,

começandopelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,você, meu caro,

tem de merecê-lo,tem de fazê-lo de novo,

eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.
Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.

* * *

Esperança

Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem Atira-se

E — ó delicioso vôo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança...

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética",
Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

* * *

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