quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Bolo de Reis, A lenda , A tradição e a História

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O Bolo de reis, sendo quase presença obrigatória em todas as mesas da época natalícia. Este bolo está repleto de simbologia. Não é por acaso que tem forma de coroa e brilho nas suas frutas cristalizadas. Reza a lenda que este doce representa os presentes oferecidos pelos Reis Magos ao Menino Jesus quando do seu nascimento. A côdea simbolizava o ouro, as frutas secas e cristalizadas representavam a mirra, e o aroma do bolo assinalava o incenso.Ainda na base do imaginário, a existência duma fava também tem a sua explicação: Quando os Reis Magos viram a Estrela de Belém que anunciava o nascimento de Cristo, disputaram entre si qual dos três teria a honra de ser o primeiro a entregar ao menino os presentes que levavam.Como não conseguiram chegar a um acordo e com vista a acabar com a discussão, um padeiro confeccionou um bolo escondendo no interior da massa uma fava.De seguida cada um dos três Magos do Oriente pegaria numa fatia.O Rei Mago que tivesse a sorte de retirar a fatia contendo a fava seria o que ganharia o direito de entregar em primeiro lugar os presentes a Jesus. O dilema ficou solucionado, embora não se saiba se foi, Gaspar, Baltazar, ou Belchior o feliz contemplado.É claro que isto é só uma lenda, históricamente falando, a versão é bem diferente.Aproveitando um inocente jogo de crianças, os Romanos inseriram a sua prática nos banquetes durantes os quais se procedia à eleição do rei da festa, que consistia em escolher entre si um rei tirando-o à sorte com favas, por isso designado por vezes também rei da fava. A Igreja Católica aproveitou o fato de aquele jogo ser característica do mês de Dezembro e decidiu relacioná-lo com a Natividade e com a Epifania, ou seja, com os dias 25 de Dezembro e 6 de Janeiro. A influência da Igreja na Idade Média determinou que esta última data fosse designada por Dia de Reis e simbolizada por uma fava introduzida num bolo, cuja receita se desconhece.Havia ainda a tradição de que os cristãos deveriam comer 12 Bolos Reis, entre o Natal e o Dia de Reis, festa que muito cedo começou a ser celebrada na côrte dos reis de França.O Bolo Rei terá, aliás, surgido neste país no tempo de Luis XIV para as festas do Ano Novo e Dia de Reis. Vários escritores da época escreveram sobre esta iguaria, até mesmo Greuze celebrou-o num famoso quadro, com o nome de Gâteau dês Róis.Com a Revolução Francesa em 1789 este bolo foi proibido, “como mais tarde iria acontecer em Portugal”, só que os pasteleiros que tinham um excelente negócio em mãos em vez de o eliminarem decidiram continuar a confeccioná-lo chamando-lhe Gâteau dês Sans-cullotes.Com isto parece não haver dúvidas que o Bolo Rei tem verdadeiras origens francesas, apesar do Bolo Rei popularizado em Portugal no século passado não ter a ver com o bolo simbólico da festa dos reis existente na maior parte das províncias francesas a norte do rio Loire, na região de Paris, onde o bolo é uma rodela de massa folhada recheada de creme.O nosso Bolo Rei segue a receita a sul de Loire, um bolo em forma de côroa feito de massa leveda.Acrescenta-se que ambos os bolos continham uma fava simbólica, podendo ser um objecto de porcelana.Tanto quanto se sabe, a primeira casa onde se vendeu Bolo Rei em Portugal foi em Lisboa na Confeitaria Nacional, por volta do ano de 1870, bolo esse feito pelo afamado confeiteiro Gregório através duma receita que Baltazar Castanheiro Júnior trouxera de Paris.Durante a Quadra Natalícia a Confeitaria Nacional oferecia aos lisboetas uma exposição de tudo quanto de mais delicado e original a arte dos doces podia então produzir. A pouco e pouco, outras confeitarias também passaram a fabricá-lo o que deu origem a várias versões.No Porto foi posto à venda pela primeira vez em 1890 por iniciativa da Confeitaria Cascais feito segundo receita que o proprietário Francisco Júlio Cascais trouxera de Paris.Assim o Bolo Rei atravessou com êxito os reinados da rainha D. Maria II e dos reis D. Pedro, D. Luis, D. Carlos e D. Manuel II.Vieram depois o Estado Novo de Salazar e Marcelo Caetano e a Revolução de 25 de Abril de 1974.Mas foi com a proclamação da República em 5 de Outubro de 1910 que vieram os piores tempos para o Bolo Rei ficando em risco a sua existência, tudo por causa da palavra “rei”, símbolo do poder supremo que numa lógica de hoje nos faz rir. Ora morto este símbolo, o bolo tinha que desaparecer ou mascarar-se para evitar a guerra que lhe podia ser feita. Os confeiteiros partiram do principio de que negócio é negócio e política é política e continuaram a fabricar o bolo sob outra designação.Os menos imaginativos deram-lhe o nome de ‘ex-bolo rei’, mas a maioria chamou-lhe bolo de Natal ou bolo de Ano Novo.A designação de bolo Nacional seria a melhor, uma vez que remetia para a confeitaria que o tinha introduzido em Portugal, e também por estar relacionado com o país o que ficava bem em período revolucionário.Não contentes com nenhuma destas idéias os republicanos mais radicais chamaram-lhe bolo Presidente até houve quem se chamasse bolo Arriaga.Não se sabe como reagiu o Presidente da República, mas convenhamos que a homenagem não tivesse sido a melhor.Passado esse período negro, a história deste bolo tem sido um sucesso.A receita do Bolo Rei correu mundo, muito contribui para isso a fama que o bolo ganhou por proporcionar expectativa a quem comesse a fatia que continha a fava ou o brinde.A fava amaldiçoada pelos sacerdotes Egípcios que a viam como alojamento para os espíritos é considerado o elemento negativo, representando uma espécie de azar, tendo quem a encontra duas opções: Assumir o pagamento do próximo bolo ou correr perigo de engoli-la.Por sua vez o brinde era colocado no bolo com o objetivo de presentear os convidados com quem se partilhava o bolo.Havia quem colocasse nos bolos pequenas adivinhas complicadas por sinal, mas cuja recompensa seria meia libra de ouro.Porem outros incluíam propositadamente as moedas de ouro na massa, por uma forma requintada de agradecimento, como se o próprio bolo não chegasse. Infelizmente com o passar do tempo o brinde passou a ser um pequeno objeto metálico sem outro valor que não o do símbolo e pouco evidente para a maioria das pessoas. Como não bastasse, as leis comunitárias ditaram o fim da tradição, proibindo que no interior do bolo se encontre uma fava ou um brinde.Mesmo assim o Bolo Rei continua a ser um símbolo da época Natalícia, e hoje os confeiteiros e pasteleiros não se poupam a esforços na sua promoção, por isso se enchem de clientes para adquirir o rei das iguarias nesta quadra festiva,O Bolo Rei não se limita a ser um bolo com gosto agradável, ele é na verdade um verdadeiro símbolo desta época!Depois de conhecer a história deste bolo não fica com vontade de comer uma fatia?
Aproveite !
* * *
Teresa HenriquesCake & Chocolate Designer nas Caldas da Rainha.
Retirado do Jornal das Caldas Caldas da Rainha (08 de Dezembro de 2008).
Óbidos, Alfeizerão, São Martinho do Porto, Benedita, Bombarral, Peniche e Cadaval, Oeste.
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Hoje além de ser o dia da Epifania do Senhor, é dia dos Três Reis Magos e o décimo segundo dia de Natal. Com um grande interesse de popularizar esta festa tão esquecida nas nossas grandes cidades, tivemos a idéia de oferecer a receita do Bolo do dia de Reis para enriquecer sua festa de

Bolo Santos Reis:

engredientes:

4 e 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 tabletes de fermento biológico
1 xícara (chá) de açúcar
4 colheres (sopa) de leite
5 ovos
3 colheres (sopa) de vinho do Porto
2 colheres (sopa) de casca de laranja ralada
1/2 xícara (chá) de azeite de oliva
1/2 xícara (chá) de uva passa sem semente
4 colheres (sopa) de amêndoas picadas
4 colheres (sopa) de nozes picadas
1 xícara (chá) de frutas cristalizadas
100 g de cerejas cristalizadas
4 colheres (sopa) de açúcar de confeiteiro

Modo de Preparo:

Em uma tigela, peneire a farinha de trigo e reserve.
Em uma tigela misture o fermento e 3 colheres (sopa) de açúcar até obter uma pasta.
Misture o leite aquecido e 4 colheres (sopa) de farinha de trigo.
Cubra a tigela com filme plástico e deixe crescer por 15 minutos.
Coloque em outra tigela 4 ovos, o vinho do porto e as raspas de laranja
e bata rapidamente com um batedor manual. Reserve.
Em uma superfície lisa, coloque a farinah de trigo restante e faça uma cavidade no centro.
Junte o azeite de oliva (reserve 1/2 colher de sopa) e o açúcar restante.
Com as pontas dos dedos misture até obter uma farofa.
Acrescente a massa crescida e misture. Junte, aos poucos, os ovos batidos e
sove a massa por 5 minutos.
Adicione as uvas passas, as amêndoas, as nozes e metade das frutas cristalizadas. Misture delicadamente e transfira a massa para uma tigela.
Cubra com filme plástico e deixe crescer por 1 hora.
Em seguida, modele a massa, formando um anel, de modo que no centro tenha 15cm de diâmetro.
Transfira a massa para uma assadeira para pizza com 30cm de diâmetro,
untada com o azeite reservado.
Deixe crescer por mais 30 minutos.
Ligue o forno à temperatura média.
Distribua sobre a massa o restante das frutas cristalizadas e as cerejas. Pressione ligeiramente com os dedos e pincele toda a superfície com o ovo restante batido.
Leve o bolo ao forno por 40 minutos, ou até que enfiando um palito ele saia limpo. Retire do forno, desenforme ainda morno e disponha em um prato grande.
Em seguida, distribua por cima o açúcar de confeiteiro em montinhos.
Se preferir, no momento de servir coloque fios de ovos na parte central do bolo.

Glacê :

• 2 colheres (sopa) de suco de limão
• 2 colheres (sopa) de leite quente
• 2 xícaras (chá) de açúcar de confeiteiro


Misture o açúcar de confeiteiro com o leite quente e o suco de limão e despeje sobre o bolo. Decore com cerejas e folhinhas feitas com figo ou limão cristalizado.

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