terça-feira, 23 de agosto de 2011

Frango a Passarinho - Comida de Buteco - Gaiolas

Imagens Google




A Menina e o Pássaro Encantado
Rubem Alves
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado. Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades…


As suas penas também eram diferentes. Mudavam
de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…


— Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele
mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro. Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.


— Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das
cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes. E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e
por isto voltava sempre.


Mas chegava a hora da tristeza. — Tenho de ir — dizia.
— Por favor, não vás. Fico tão triste.


Terei saudades. E vou chorar…


— E a menina fazia beicinho…
---
— Eu também terei saudades — dizia o pássaro.

— Eu também vou chorar.
Mas vou contar-te um segredo:

as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei
feliz…” Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria
para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para
que ele nunca mais a abandonasse.

E adormeceu feliz. Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…

— Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto.

As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias…

Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o
silêncio: deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu
amigo… Até que não aguentou mais. Abriu a porta da gaiola.

— Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…

— Obrigado, menina. Tenho de partir.

E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
— Que bom — pensava ela — o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra. — Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…

Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de
qualquer lado haveria de voltar. Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…

Foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade,
mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.

Esta Gaiola foi eu que fiz. Bjs, Nice.



* * *


Comida de Buteco


Frango a Passarinho
Ingredientes:
1 1/2 kg de frango (cortado em pedaços pequenos)
Sal
Pimenta do reino
4 dentes de alho (picadinhos)
1 colher (sopa) colorau (urucum) deixa uma linda cor
1 colher (sopa) shoyu (opcional)
1/4 xícara de vinagre branco ou 1/2 xícara de vinho branco
1/4 xícara de salsinha (picada)
1/4 xícara de cebolinha (picada até a parte branca do talo)
Óleo para fritar
Limão
Papel toalha
Preparo:
• Tempere o frango e deixe tomar gosto por 2 horas.
• Quase na hora de servir, leve ao fogo uma panela com bastante óleo e deixe esquentar bem.
• Use tampar a panela para se proteger quando colocar os primeiros pedaços, retire a tampa em seguida.
• Frite o frango em bastante óleo até dourar de todos os lados.
• Escorra sobre papel absorvente.
• A parte, frite o alho com 2 colheres (sopa) de óleo e espalhe sobre o frango.
• Salpique com a salsinha e a cebolinha picada.
• Sirva acompanhado de gomos de limão.
• Rende 4 porções

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