terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Pessoas e Personagens

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“ O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imagiar,
o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo ( a mesma história ou outra). Afinal, tudo
pode nascer dum texto!”
(ABRAMOVICH, 1995, p. 23)
COMO CONTAR HISTÓRIAS?
Uma história deve ser contada emocionalmente e não simplesmente apresentada em seu enredo. Uma
boa história é uma obra aberta, que permite muitas leituras, muitos caminhos, muitas saídas.
Contar uma história é fazer a criança sentir-se identificada com os personagens. É trazer todo o
enredo à presença do ouvinte e fazer com que ele se incorpore à trama da história, como parte dela.
As crianças agem, pensam, sentem, sofrem, alegram-se como se fossem elas próprias os
personagens. A história assim vividas pode provocar-lhes sentimentos novos e aperfeiçoar outros. Por
isso as histórias não devem ser deprimentes. O final deve ser feliz, para transmitir aos ouvintes uma
emoção sadia. O principal na arte de contar histórias é saber despertar a emoção.Quando as crianças
nos pedem que lhes contemos histórias é porque sentem necessidade de sair de si mesma, de
experimentarem uma nova sensação. Para se contar bem uma história é preciso possuir habilidade,
treino e conhecimento técnico do trabalho, pois os valores artísticos, lingüístico e educativos dependem
da arte do narrador.
Os segredos de um contador de histórias são:

a) Curta a história – o bom contador acredita na sua história, se envolve e vibra com ela. Se o
professor não estiver interessado, dificilmente conseguirá interessar as crianças.

b) Evite adaptações – deve-se ler o que está escrito no livro. Não privar os alunos do contato com o texto literário. Os velhos contos de fadas são histórias cheias de fantasias e de poesia. Lidam com sentimentos fundamentais do ser humano: o medo, a angústia, o ódio, o amor. Permitem à criança exercitar através da imaginação, soluções para problemas concretos da vida, que
interessam ao adulto.

c) Não explique demais – a adaptação de histórias é uma descaracterização da história na vida da
criança. Muitas vezes, a história exerce a função de desenvolver ou até prolongar o mistério. Ao
fazer a tradução ou adaptação, o professor deixa tudo muito bem esclarecido, não restando qualquer mistério. Ao ser encerrada, a história realmente se encerra, deixando de existir para
a criança.

d) Uma história é um ponto de encontro – ao entrar numa roda de história, a criança participa de uma experiência comum que facilita o conhecimento e as ligações com as crianças.

e) Uma história também é um ponto de partida – a partir de uma história é possível desenvolver outras atividades: desenho, massa, cerâmica, teatro ou o que a imaginação sugerir.

f) Moral da história – nenhuma, ou melhor, várias. Essa história sobre os segredos das histórias e os contadores de histórias é só o começo, o resto quem conta somos nós, com a experiência,
imaginação e bom senso.

g) Comentar a história – fazer perguntas diretas para a criança, verificando se ela figurou bem cada um dos caracteres, se os moldou de acordo consigo mesma, se o caráter que nos apresenta é o que pretendíamos transmitir.

h) Dar modalidades e possibilidades da voz – sussurrar quando a personagem fala baixinho ou está pensando em algo importante, falar tão baixo de modo quase inaudível, nos momentos de dúvidas, e usar humoradamente as onomatopéias, os ruídos, os espantos, levantar a voz quando uma algazarra os ruídos, os espantos, levantar a voz quando uma algazarra os ruídos, os espantos, levantar a voz quando uma algazarra os ruídos, os espantos, levantar a voz quando
está acontecendo. Ë fundamental dar longas pausas quando se introduz o “Então...”, para que haja tempo de cada um imaginar as muitas coisas que estão para acontecer em seguida.
As histórias são expressões de uma mesma personalidade em evolução, do princípio do prazer da realidade. Podem mostrar à criança que a transformação, a mudança e o desenvolvimento são
possíveis. Que o prazer não é proibido.
Contar histórias é uma arte. Deve dar prazer a quem conta e ao ouvinte. As histórias têm
finalidade em si. Contadas ou lidas constituem sempre uma fonte de alegria e encantamento. Por
isso as atividades de enriquecimento devem ser leves e espontâneas.
A dramatização é uma das melhores atividades de enriquecimento, pois além de ser uma das
preferidas pelas crianças, oferece valores imprescindíveis ao desenvolvimento de um bom
programa de literatura.
O objetivo da hora das histórias é a familiarização com a literatura. Desde muito cedo, a criança
gosta de ouvir a história da sua vida, a mais importante para ela. À medida que cresce, começa a
solicitar determinadas passagens que deseja ouvir.
Histórias sobre fatos reais são importantes, porque ajudam a criança a entender sua origem e que tipo de relações existe entre ela, as pessoas e os lugares.
Da mesma forma, as histórias inventadas são importantes. Desde cedo a criança precisa saber de
coisas que não fazem parte de sua experiência cotidiana. É comum ela ter um amigo imaginário
ou atribuir qualidades humanas e sobrenaturais a um brinquedo ou a um animal.
As histórias lidas somam-se então às inventadas, passando a fazer parte de um mundo onde a
realidade e a imaginação se completam. Os livros aumentam o prazer de imaginar coisas. A partir de histórias simples, a criança começa a reconhecer e interpretar sua experiência de vida real.
A hora de curtir um livro juntos é a hora de partilhar: um livro de histórias curtas, contadas com
palavras fáceis de ler e entender, ilustrado com imagens que falam da história, das personagens e ações que estão sendo ; lidas e mostradas, que faça pensar em coisas novas, que informe, que faça rir de verdade, que seja engraçado, que faça brincar com as mãos, olhos e ouvidos. O importante é que nessa hora não haja pressa, contando ou lendo tudo de uma só vez.
É preciso respeitar as pausa, perguntas e comentários naturais que a história possa despertar,
tanto em quem lê quanto em quem ouve.
* * *

Um comentário:

Luci Ane disse...

Olá Nice

Eu estive meio ocupada nos últimos meses. Montei um projeto de teatro na escola e foi muito bom, fizemos 4 apresentações e na última tive que participar atuando na peça, não só com a direção.
Gosto muito de contação de histórias tb.
Precisamos trocar experiencias.
Beijos
Luci Ane

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