FRIDA KAHLO
Frases e pensamentos de Frida Kahlo
''Origem das duas Fridas. Recordação. Devia ter 6 anos quando vivi intensamente a amizade imaginária com uma menina de minha idade. (...) Não me lembro de sua imagem, nem de sua cor. Porém sei que era alegre e ria muito. Sem sons. Era ágil e dançava como se não tivesse nenhum peso. Eu a seguia em todos os seus movimentos e contava para ela, enquanto ela dançava, meus problemas secretos. Quais? Não me lembro. Porém ela sabia, por minha voz, de todas as minhas coisas...''
Diário de Kahlo, sobre a tela As Duas Fridas
''Amputaram-me a perna há 6 meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo a querer me matar. O Diego é que me impede de o fazer, pois a minha vaidade faz-me pensar que sentiria a minha falta. Ele disse-me isso e eu acreditei. Mas nunca sofri tanto em toda a minha vida.Vou esperar mais um pouco...''
Em 27 de julho de 1953, Frida tem a perna direita amputada até a altura do joelho. Em seu diário, encontra-se o desenho da perna amputada como uma coluna rodeada de espinhos, com a legenda: ''Piés para qué los quiero si tengo alas pa' volar''.]
''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.''
''Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar.''
''E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo.''
''Pintar completou minha vida. Perdi três filhos e uma série de outras coisas, que teriam preenchido minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isso. Creio que trabalhar é o melhor.''
Da autobiografia datada de 1953
''Estou quase terminando o quadro que nada mais é que o resultado da tal operação. Estou sentada à beira de um precipício - com o colete em uma das mãos. Atrás estou deitada numa maca de hospital - com o rosto voltado para a paisagem - um tanto das costas está descoberto, onde se vê a cicatriz das facadas que me deram os cirurgiões filhos de sua... recém-casada mamãe.''
Sobre a obra ''A Árvore da Esperança''
''(E o que mais dói) é viver num corpo que é um sepulcro que nos aprisiona (segundo Platão) do mesmo modo como a concha aprisiona a ostra.''
''Me parece que a coisa mais importante na Gringolândia é ter ambição e se tornar 'somebody', e francamente, não tenho a menor ambição de ser ninguém.''
[Frida não gostava dos EUA, a quem chama sempre de Gringolândia. Acha os 'gringos' , como diz, 'arrogantes de nascença'.]
Em referência ao marido Diego
''Estive doente durante um ano: 1950-1951. Sete operações na coluna. O Dr. Farill salvou-me. Restituiu-me a alegria de viver. Ainda estou numa cadeira de rodas e não sei quando poderei voltar a andar de novo. Tenho um colete de gesso que, em vez de ser horrivelmente 'maçador', me ajuda a suportar melhor a coluna. Não sinto dores, só um grande cansaço... e, como é natural, por vezes desespero. Um desespero indescritível. No entanto quero viver. Já comecei o pequeno quadro que vou dar ao Dr. Farill e que estou fazendo com todo meu carinho por ele.''
''Querem que eu retrate cinco mulheres mexicanas importantes em nossa história; faço pesquisas para saber que tipo de baratas foram essas heroínas, que tipo de psicologia era o seu fardo, a fim de, ao pintá-las, as pessoas possam diferenciá-las das mulheres comuns e vulgares do México, as quais, para mim, são mais interessantes e poderosas do que as damas mencionadas.''
''Estou pintando um pouco, sinto que aprendi algo e estou menos estúpida do que antes.''
''Acho que é melhor nos separarmos e eu ir tocar minha música em outro lugar com todos os meus preconceitos burgueses de fidelidade.''
''Toda esta raiva simplesmente me fez compreender melhor que eu o amo mais do que a minha própria pele, e que, embora você não me ame tanto assim, pelo menos me ama um pouquinho - não é? Se isto não for verdade, sempre terei a esperança de que possa ser, e isso me basta...''
Em referência a Diego
''Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?''
''O México, como sempre, está desorganizado e confuso. A única coisa que lhe resta é a grande beleza da terra e dos índios. Todos os dias, a parte feia dos Estados Unidos rouba um pedaço; é uma lástima, mas as pessoas têm que comer e é inevitável que os peixes grandes devorem os pequenos.''
''Eu vou mal e irei pior ainda mas aprendo pouco a pouco a ser só, e isso já é alguma coisa, uma vantagem, um pequeno triunfo.''
''Por que o chamo meu Diego? Nunca foi, nem será meu. É dele mesmo.''
A última entrada em seu diário: ''Espero a partida com alegria... e espero nunca mais voltar... Frida''
''Meu pai foi para mim um grande exemplo de ternura, de trabalho... e acima de tudo de compreensão de todos os meus problemas.''
''Por outro lado, e essa é uma opinião pessoal minha, apesar de compreender as vantagens que os Estados Unidos oferecem para qualquer trabalho ou atividade, prefiro o México, os gringos me caem mal com todas as suas qualidades e defeitos que também são grandiosos, me caem mal sua maneira de ser, sua hipocrisia e seu puritanismo asqueroso, seus sermões protestantes, sua pretensão sem limites, essa mania de achar que para tudo devem ser 'very decent' e 'very proper...' Sei que esses daqui [no México] são ladrões, cabrões, etc. [...], mas não sei por que, por mais que façam bandalheiras, as fazem com um pouco de senso de humor, ao passo que os gringos são 'sangrones' de nascença, embora sejam hiper-respeitosos e decentes.
''Além do mais, seu modo de vida me é chocante, essas 'parties' cabronas, onde se resolve tudo depois de ingerir fartos coqueteizinhos (nem sequer sabem se embriagar de maneira agradável), desde a venda de um quadro até uma declaração de guerra, sempre levando em conta que o vendedor do quadro ou o declarador da guerra seja um personagem 'important', de outro modo não lhe dão a mínima bola, lá só apitam os 'important people' [....].
''Você poderá me dizer que também se pode viver lá sem os coqueteizinhos e sem as 'parties', mas então você não passa de um zé-ninguém e sei perfeitamente que o mais importante para todo o mundo na Gringolândia é ter ambição, chegar a ser 'somebody' e, francamente, eu já não tenho a mais remota ambição de ser ninguém [....], não me interessa em nenhum sentido ser 'la gran caca'.''
Poema do diário de Frida
Diego. princípio
Diego. construtor
Diego. meu bebê
Diego. meu noivo
Diego. pintor
Diego. meu amante
Diego. meu marido
Diego. meu amigo
Diego. meu pai
Diego. minha mãe
Diego. meu filho
Diego. eu
Diego. universo
Diversidade na unidade.
Porque é que lhe chamo Meu Diego?
Ele nunca foi e nem será meu.
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